19 setembro 2011

o regresso

Depois de 3 dias caóticos, em que desmontámos o resto da mobília, limpámos a casa de cima a baixo e deitámos os últimos restos da nossa existência princetoniana para o lixo, chegou finalmente a hora de apanhar o avião de regresso a casa. À partida, o cansaço era tal que nem houve cabeça para nostalgias. Não vale a pena estar para aqui com estórias delico-doces de que hesitei, senti frios na barriga, ou vi as cores da bandeira americana com outras tonalidades: a verdade é que só queria chegar aqui e ir dormir. Do mesmo modo, também não me emocionei à chegada. Tinha os olhos demasiado secos para lágrimas, umas olheiras até ao umbigo e mesmo assim fui trabalhar no próprio dia.
De modo que a nova rotina se fez rapidamente e quase já parece mentira que ainda há uma semana estava lá, do outro lado. De uma forma ligeiramente perversa parece quase que deixei para trás a verdadeira gralha e que sou apenas um doppelgaenger que se conseguiu escapar e fazer o que desejava. Será mesmo possível que isto, aqui, agora, sou eu, somos nós? Não me belisco para não acordar.

1 comentário:

Vera Dias António disse...

Tu dizes "não me belisco para não acordar" e a malta nem comenta para não incomodar... - isto é tudo em sussurro...
Beijinhos doces!