Quando o Gustavo tinha a idade que o Diogo tem agora, decidimos fazer mais um bebé. E lá veio a confirmação certeirinha numa linda pousada do centro do país, num fim-de-semana bucólico em que descansávamos de uma vida que parecia relativamente fácil. Era muito fácil (e bom) ter um rapazinho by-the-book, o trabalho não nos pesava, e até chegávamos a ir ao cinema e coisas assim.
Claro que o pendor para a nostalgia me faz pensar, agora, no "então como é? isto agora é que era, que já não vais para nova", mas é uma ideia que passa rápido e de forma (praticamente) indolor. Sobretudo em dias como hoje, em que o meu ainda bebé está doente.
Tenho perfeita consciência que não tenho cabeça para três. Porque não sou descontraída, porque preciso muito de espaço e de tempo - chamem-lhe egoísmo-, se calhar porque tenho demasiadas expectativas acerca do que é ser boa mãe; ou então, não, sou apenas honesta comigo própria e sei que seria areia demais para o meu camião.
Então e se tivéssemos meios para suportar três mensalidades de creche, uma empregada para a casa, uma baby-sitter sempre ao dispor, dois automóveis, férias com babá e ainda algumas pontuais escapadinhas a dois que blogues e revistas de viagens nos vendem como obrigatórios e 'saudáveis até para os próprios filhos'? Não sei. Não há nada que se compare ao amor de e por um filho. É claro que a loucura de ter três rapazes (óbvio que nunca sairia menina) tem qualquer coisa de aliciante. Mas gosto tanto deles, dois, e de nós, quatro. Sempre me agradaram as simetrias, essa é que essa.
Adenda 1: Chateia-me um bocado pensar que podia haver mais seres humanos espectaculares como os meus filhos, isso chateia.
Adenda 2: Também me chateia fechar este capítulo da minha vida, o capítulo parideiro. Não gosto de fechar capítulos em geral.
6 comentários:
Já eu gosto de números ímpares. Gosto que eles sejam 3 e nós todos 5. Mas 7 sempre foi o meu número preferido...
Se eu tivesse tudo o que descreves - esses essenciais - tinhamos mais mas parece que não temos nem se avizinha termos.
Pela idade do mais novo já devia estar grávida de 5 meses, é o que é. E fico por aqui que isto deprime-me.
Mas reconheço que quando estou só com um em casa é tudo muito mais calmo. E também reconheço que sou brindada por 4 avós sempre disponíveis e loucos por estar com ele. e não tenho que pagar creches. Acho que há pessoas só com 1 filho muito mais sobrecarregadas do que eu. Sei-o e agradeço todos os dias as ajudas que temos e o facto de eles dormirem nas avós de vez em quando e nós podemos... simplesmente... adormecer no sofá e acordar cheios de frio e com dor de costas. Há coisas que não têm preço! :) E gente parva, também!
Beijos, beijos e bom fim-de-semana!
Adorei, adorei, adorei este post. Revi-me em cada bocadinho, só que só tenho um. E isso chateia-me sobremaneira. Eu queria querer outro filho, e a verdade é que não quero.
O Hugo tem a coisa muito bem resolvida na cabeça dele, mas eu não. Chega ao cúmulo de eu me chatear com ele por ele estar tão bem resolvido nesse aspeto.
Enfim. Ainda tenho uns dois anos para mudar de ideia (e, já agora, de situação financeira e tal), mas duvido.
Eu gostava muito que a minha filha tivesse mais um irmão, ou 2. Mas só de pensar em andar quase um ano a acordar 5 vezes por noite e perco completamente a vontade. Já nem falo de já não ir para nova, e de financeiramente ser impssível ter mais filhos...
(as melhoras do Diogo)
Gralha por aqui também se pensava mais ou menos como se pensa por ai, ter três até era giro e tal...mas ter dois estava muito bom, ótimo. Até que um belo dia, quando os mais pequenos se tornaram um pouquinho-grande maiores, e quando nada fazia prever (e já nem se pensava em 3º e era um assunto arrumado)...surprise, surprise!
Agora é uma casa cheia, somos uma família numerosa (segundo estatísticas!) e é ótimo sermos 5 :)
Provavelmente o ideal é não virares já essa página. Ainda colocas tantos "ses" que o melhor talvez seja deixares o tempo passar e ver o que acontece.
Já eu sei que tenho cabeça para o segundo!
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