Olha que coisa tão óbvia e só agora é que a percebi: leio, viajo, danço, corro, bebo, mergulho, em suma, faço o que me dá mais prazer pelo mesmo único objectivo - perder-me. Também deve ser por isso que passo tanto tempo a pensar no passado ou a tentar adivinhar o que ainda não aconteceu. Tenho absoluta incapacidade de presente. Tudo me sabe melhor em retrospectiva ou antecipação. Todas as coisas ganham cor e novas dimensões vistas de fora, de pernas para o ar, nos antípodas da realidade previsível. A sério que alguém consegue mesmo contrariar
isto? E para quê, na verdade?
13 comentários:
Habitar o presente é a minha maior prioridade de vida. É o que tenho a descobrir agora. E é a coisa mais difícil do mundo, dissociar-se da nossa mente maluca e habitar o próprio corpo no agora.
Tenho pena que isso me retire verve ou me torne mais chata de uma maneira geral, mas é urgente: estou mesmo cansada de me perder, como bem dizes. Agora tento estar no momento, sem fugir, seja a sentir uma dor profunda ou a viajar no cheirinho de praia do Gabriel.
E muito mais podia dizer, como bem sabes, mas o meu presente exige 330 legendas até ao meio dia :D
Viver no presente exige anos de prática zen de meditação.
Eu já nem penso em viver continuamente no presente (até porque precisamos de algum planeamento para viver e eu sou nostálgica por natureza), já me contento com voltar ao presente mais vezes do que voltava há uns tempos, e cada vez mais vezes.
E mesmo assim já é dificílimo.
Ai, quem dera saber fazer isso, quem me dera.
Vivo muito bem a perder-me, a pensar no passado e a sonhar com o futuro. Viver-se a perder e a sonhar também é viver, ora. Que se dane o concreto.
My point exactly, Carla.
Mas porque é que o momento presente tem de ser sem sal e concreto? Porque é que não pode ser tão bom quanto sonhar de dia? A pergunta é honesta.
Exijo euforia verdadeira, no presente, e tão boa quanto aquela do "e se ganhasse um milhão...?"
Eu sei, sou a Melissa e tomo Melissol todos os dias :D, mas vai ter de ser possível. Vai ter mesmo de ser.
Quando digo "tão bom", também digo "tão mau" - para mim também é importante deixar de fugir da dor, aceitá-la, vivê-la, dizer-lhe bye bye, aceitar e viver a sensação seguinte e por aí vai.
Só consigo viver muito mais intensamente, saboreando quase até ao tutano, o presente, desde que fui mãe tardiamente (do 3º)...
Será que quando se atinge uma certa idade se vive mais em função do presente!? Não tenho certezas mas penso que sim.
(ou então sou eu que ando baralhada com o cheiro a tinta que vai nesta casa)
Bj
Por acaso faz sentido, Té F. E como tenciono sentir-me eternamente com 25 anos, nunca alcançarei essa sabedoria :)
Melissa, eu vivo em negação de que vivo em negação. Supera lá esta pérola de parvidade...
Forever young, I want to be forever young, Do you really want to live forever? Forever ou never
dos Alphaville
:)
Eu também não sinto nada a idade que tenho...mas tenho :)
bhahahahah Gralha, precisamos beber uns vodcas juntas e falar do que é o existir.
Enviar um comentário