27 junho 2012
ser humano
Um dia, olharam-me nos olhos e disseram: não tenha medo. E eu saí do confessionário e chorei durante algum tempo. Depois não tive mais medo. Porque é bem verdade que, muitas vezes, o que mais nos pesa não é o que pode ser, o que pode acontecer, mas a sombra que tudo isso lança sobre as nossas possibilidades. É muito difícil não ter medo (mas acredito que a música certa ajuda). Perder o medo não é negar nem tornar-nos inconscientes. Eu só sei perder o medo sossegando-o no seio de alguma coisa maior, cujo sentido não consigo definir completamente, O medo é escuro e perde-se no meio da luz encandeante do amor sem limites; O medo é frio e alimenta-se da solidão, dissolve-se no meio do calor de um abraço. Nem que seja só um bocadinho. Que o meu abraço chegue a quem precisa de um, por estes dias.
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2 comentários:
O medo aumenta e alimenta-se do silêncio que guardamos sobre ele mesmo.
Tenho tantos medos. Às vezes estão lá no fundo, às vezes estão demasiado à tona para o meu gosto.
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