16 setembro 2012
o trigo do joio
É em momentos fracturantes que ficamos a conhecer melhor as pessoas, habitualmente protegidas pelo véu da norma nos dias mais corriqueiros. Como diria a Pólo Norte, o mundo divide-se entre aqueles que não se inibem de dizer o que pensam e os outros. Os que afirmam o seu sportinguismo no meio de benfiquistas; os que trauteiam musiquetas fáceis no meio de amigos convictamente eruditos; os que admitem que não sabem tudo mas agem de acordo com aquilo em que acreditam. E depois há os que ficam calados, à espera de ver o que acontece na dianteira, com medo de perder privilégios, reconhecimento e consensualidade. Está bem que até S. Pedro negou o Senhor três vezes antes do galo cantar - ninguém está livre deste tipo de fraqueza. Mas gosto de ver-me rodeada de uma mão cheia de gente com a tomatásia no sítio, que não vacila nas suas convicções em alturas decisivas. E, meus meninos, não duvidem: esta é uma altura decisiva.
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6 comentários:
Li isto e pensei: Paulo Portas.
Eu também!
Ana C., acho que os políticos em geral pendem naturalmente para a segunda categoria.
Há situações em que não devemos nem podemos remar para o nosso lado, há que saber estar calado e coisa e tal mas se há coisa que me aborrece é uma pessoa que diz sim senhor quando eu também digo e depois fica caladinha quando alguém mais importante, tipo (aleatoriamente) o chefe, diz que não. Quando ao panorama político, não estou por dentro das declarações ninguém.
Um mundo sem droga, sem armas, sem guerras, com um sistema político e um sistema financeiro decentes, assim de repente, era o que eu gostava. A sério, dadas as nossas capacidades humanas - bastava que estas fossem vividas plenamente, que todos acordassem para o que é ser-se humano - e tudo o resto ficava melhor. Tudo tem mão humana, tudo depende de cada um de nós.
A maior crise no mundo são mesmo os valores - mas mesmo os mais básicos. E é pena...
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