Há crianças muito mazinhas. E adolescentes ainda piores. Ou então há simplesmente miúdos que andam um bocado desorientados enquanto crescem e descobrem quem são, o que às vezes tem consequências complicadas. Acho que não andava desorientada e ainda assim, quando era miúda, tive a minha quota parte de responsabilidade nesse departamento. Sim, eu fui uma pequena terrorista psicológica para alguns colegas de escola e até, por vezes, para o meu irmão. Não me orgulho nada disso. Também fui alvo de provocações e empurrões de algumas miúdas mais velhas. Não foi por falta de afecto parental que andei a azucrinar aquelas almas e também não foi por negligência ou insegurança que me deixei cair no papel de vítima. Nada foi excessivo, felizmente.
É só quando somos pais que estórias como esta nos deixam realmente mal-dispostos. Quantas vítimas há aqui? A menina que foi perseguida, certamente. E a melhor amiga, que passou para o outro lado da barricada para não ser, ela própria, alvo? E a perseguidora, que não teve melhor orientação de pais e professores para compreender que o que estava a fazer podia ter consequências graves – não só para a outra mas para ela, que carregará esta culpa o resto da vida? E os pais, que criam estas doces meninas, que tão depressa coleccionam autocolantes como passam a viver quase 24/7 na base dos smartphones e das redes sociais? Como é que podemos evitar que os nossos filhos sejam vítimas ou carrascos? É uma responsabilidade do caraças e, no entanto, há tanta coisa que escapa ao nosso controlo.
2 comentários:
É simplesmente assustador...
Tu nem me digas nada...
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