15 outubro 2013

o não consumidor pagador

Agora que já toda a gente saiu de fininho da marcha de protestos contra os cortes nas pensões de sobrevivência (porque só se aplicam aos ricos que ganham mais de 2 mil euros e bem que podem deixar de ir ao Pap’Açorda sempre que lhes apetece, aqueles grandes manganões!), gostava de saber quem posso conquistar para as minhas hostes sob o estandarte do “taxa de audiovisual? Mas se já vai para 7 anos que nem sei quem é o pivô do telejornal”.
É que se nos sentimos revoltados por nos irem ao bolso, ao fruto do nosso trabalho, àquilo que merecemos ao fim de uma vida de contribuições, como não havemos de sentir-nos se nos fazem pagar por algo que não consumimos? Eu gosto muito de lavagante de Sesimbra, daquele com uma maionese venenosa e pãozinho torrado, mas ninguém me faz pagar por ele sempre que me limito a passar por aquela bela localidade. Também me agrada apanhar o pôr-do-sol na esplanada do Hotel do Bairro Alto; contudo, a única coisa listada na conta costuma ser o mojito e não uma taxa sobre a captação de raios UV. Se o objectivo é financiar meios audiovisuais para o público, que tal o público ter uma palavra a dizer sobre o que quer audiovisualizar? Tratem-no com um grupo heterogéneo de seres dotados de inteligência e não como uma massa de totós, aí contem com a minha audiência. Caso contrário, não só não pago como exijo de volta o que já levaram, que já chegava para o almoço em Sesimbra coroado pelo fim de tarde no Chiado.

6 comentários:

Naná disse...

Estou contigo nessa marcha. Não só porque cada vez vejo menos tv e além do mais o que pago de tv por cabo é bem mais do que suficiente para o que consumo.

Além do mais, recuso-me a pagar por uma taxa quando o conteúdo programático dos 4 canais é tão miserável ao ponto de após 30 segundos de ver a casa dos segredos quando fui pagar o combustível à bomba da gasolina ter saído de lá a usar do melhor vernáculo que conheço!!

Rita Maria disse...

Eu não tenho televisão, mas acho importante que haja um serviço público de televisão e um serviço público de rádio, não acho que os meios de comunicação de massas se possam deixar integralmente aos privados e à lógica de mercado e acho que a televisão e rádio pública são uma arma com um potencial imenso.

Não acho que lhe façam justiça, é verdade (senão ás tantas tinha televisão e ouvia mais rádio), mas acho que isso é outro debate.

gralha disse...

Concordo plenamente que haja serviço público de rádio e televisão mas o que temos não cumpre essas funções, infelizmente.

dona da mota disse...

"a única coisa listada na conta costuma ser o mojito e não uma taxa sobre a captação de raios UV", ahahahahahaah, maravilhoso. Parecendo que não, é realmente a mesma porcaria. Bestas.
Na rua dos meus pais ainda não há esgoto público e só outro dia é que perceberam que pagam, há anos e anos, a taxa de resíduos que vem declarada na conta da água... É Portugal ninguém leva a mal!

Naná disse...

Desculpa a achega... Mas óh menina Dona da mota, se pagam taxa de resíduos é normal... é a taxa devida pelos resíduos urbanos, vulgo lixo. Mas se pagam taxa de saneamento, já é outra conversa... têm que reclamar por escrito e têm que ser devolvidos os valores cobrados indevidamente!

dona da mota disse...

Então é essa, de saneamento... as coisas que tu sabes!!!! :)