Estava para aqui a ruminar neste post da Ana C. e a pensar que tem muita razão, pois tem, a vida virtual ocupa demasiadas vezes demasiado espaço na vida real. Distrai-nos e aliena-nos mais do que gostaríamos de admitir. Mas também é facto que, se não fossem as redes sociais, nunca teria conhecido (virtual e realmente) muitas pessoas que têm marcado a minha vida, que são uma referência. Ter-me-ia sentido ainda mais sozinha quando estava nos EUA. Não saberia de tantas pessoas maravilhosas, inspiradoras, verdadeiras, corajosas, que não se cruzam comigo no trajecto casa-escolas-trabalho e, por isso, nunca teriam feito parte do que sou hoje. Na verdade, não sei quem seria hoje se estas pessoas não me tivessem dado tantos puxões de orelhas, tantos empurrões, tantos abraços virtuais - porque a realidade é que, na correria das semanas de trabalho, é muito bom poder esticar o nosso tempo e o nosso espaço, ligando-nos online a gente com quem tecemos teias de empatia sobre uma trama de partilhas corriqueiras (e não só).
Agora era a altura em que eu fazia o discurso do I would like to thank fulano e sicrano, mas isto não é a cerimónia dos Óscares. Acho que vocês, que fazem a diferença nos meus dias, sabem quem são: obrigada.
9 comentários:
Pois, para mim o saldo também é claramente positivo. Além de tudo o que disseste, sou naturalmente partilhadora - não acho que isso seja um defeito, nem o contrário de um defeito, é uma característica como outra qualquer a que agora posso, finalmente, dar asas. Não sou de solidões, não sou de apreciar as coisas sem ninguém para comentar.
Quero acreditar que isto se alienar para dentro do telemóvel quando se está em grupo é uma fase bimba passageira, dos primórdios dos smartphones. Acredito mesmo que vá passar. Não há cu. Tudo a favor da partilha enquanto se está só, tudo contra o phubbing.
Espero que seja mesmo fase bimba passageira mas nós impusemos a medida de proibição absoluta de equipamentos electrónicos à mesa. É que o agarrar o telemóvel por tudo e por nada é tão automático como o fumador que puxa um cigarro.
Idem idem aspas aspas.
Pessoas importantes. Mudaram-me equanto ser humano. Fizeram-me pensar, coisa que na vida real é mesmo muito raro. Sou partilhadora.
E quem é que teria paciência para os meus monologos na vida real ?
Não conheço ninguém suficientemente bimbo ou incosnciente para sacar do smartphone enquanto estou por perto. (Fazer selfies de grupo não conta, evidentemente)
Partilho da mesma exacta opinião! Sem este lado virtual da minha vida seria certamente mais pobre...
Eu aqui à espera dum discurso de pôr a lágrima no canto do olho...
É bem verdade. Conheci aqui pessoas incríveis é sem as quais já não sei passar.
Mas a minha reflexão é noutro sentido, é sobre pessoas que perdem o pé e deixam de distinguir a realidade, daquilo que é a ficção que um espaço virtual provoca. Não é o nosso caso, por enquanto ;) Um blogue é só um blogue, o facebook é uma página virtual, o Instagram um espaço onde posso brincar às fotografias. Nada disto me torna escritora, fotógrafa, comunicadora nata.
Cê, percebo bem o que queres dizer e concordo. Há por aí tantos "talentos" que deveriam ter continuado escondidos mas que as redes sociais expõe pornograficamente... O que vale é que o público tem sempre a possibilidade de escolher o que consome (mais ou menos, que ainda prevarico em alguns blogues que passo a vida a jurar que nunca mais frequento).
Naná, que seria da minha vida sem os teus ares de maresia alentejana!
Carla R., realmente, com o entretenimento constante que proporcionas a quem se abeira de ti, era preciso ser muito choninhas para sacar do telemóvel.
Olha, tu fazes diferença nos meus dias, porque adoro ler-te!
Mesmo quando estou de mal com o mundo virtualmente, há meia dúzia de blogs que continuo a ler, porque, lá está, isto liga as pessoas!
;)
Apoiado. É precisamente isso, o podermos esticar o nosso espaço e acompanhar as peripécias de pessoas inspiradoras, com quem nos identificamos, que nos intrigam, e que de outra maneira não saberíamos que existem. E na vida virtual temos o enorme privilégio que é poder escolher com quem nos damos. Na vida real nem sempre é assim.
Então não é?!!!! Muito bom mesmo!
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