30 junho 2010

diogo

Não tenho escrito muito sobre o meu filho pequeno. É tão injusto como agora não há tempo para o amor apalermado do primeiro filho, de ficar horas em adoração a contabilizar cada nova façanha. Este meu filho pequeno não é um bebé fácil. E para quem não gosta de fazer comparações: batatas! O meu primeiro foi muito fácil. Este não é. O que não quer dizer que eu não sinta o coração a explodir de amor por ele. Luta para beber o leite, não dorme sossegado, agora deu-lhe para a gritaria. Tem um sensor que dispara sempre que me sento para comer, o que é óptimo para emagrecer. Mas aninha-se e devora-me o ombro com urgência. Olha-me com o amor apalermado de primeira mãe porque, afinal, eu sou a única. Agarra-se com muita força como se soubesse que eu estou sempre a fugir e a dizer "deixa-me só fazer isto e já pego em ti". E estou, e é injusto. Este meu filho pequeno é mais parecido comigo em muitas coisas, o que é estranho. E especial. Olho nuns olhos que mostram uma alma tão próxima da minha e peço-lhe que seja só um bocadinho mais fácil, porque os meus dias estão tão difíceis. Mas mesmo hoje, em que acabei por ir dormir para o chão do hall dos quartos porque era a única forma de dormir alguma coisa, mesmo quando não passam mais de 30 ml de leite por aquela boquinha que sorri à descarada, amo-o infinitamente e sem retorno.

5 comentários:

Margarida Atheling disse...

O retrato da minha filha...
Não é fácil. Nunca tem fome, foi sempre um castigo para mamar,era uma luta para lhe enfiar pelas goelas essas quantidades de leite de que falas, enquanto um primo bebia biberons cheios deliciado, deixou mesmo de beber leite (ou qualquer outra coisa dada via biberon) aos seis meses, nunca quer dormir, tem o tal sensor que dispara quando me sento, quer-me sempre com ela seja para o que for (mesmo que desde os onze meses de idade eu tenha voltado a trabalhar). Não é fácil, mas amo-a dessa forma de que falas! E ela a mim!
E vale sempre a pena, não é?!

Bjos!

Porque ... disse...

Acabei d me passar com a minha mini, 12 meses, agora a guerra de estar em pé na cama e querer que eu tb esteja lá, a fazer companhia? Nem sei...tou exausta e gritei com ela e deixei-a a chorar e vim-me embora...ela desgasta-me, qd quer...e pior, é como dizes, eu olho p ela e revejo-me e amo-a e n consigo largá-la...mas n, n tem nada a ver com o primeiro...Mas tb n tem que ter...lol

Vera Dias António disse...

É por coisas destas que eu acredito cada vez mais no poder dos astros, juro. Os meus são os 3 diferentes. COMPARANDO (que tb o faço) este que é do signo do teu também lhe dá para os gritos daqueles até à tosse. Nenhum dos outros fez isto, pelo menos tão cedo. Mas lá está, talvez seja o que tem que reclamar por mais atenção pois o colo é só um (muitas vezes) e os braços não aparecem em função do número de filhos (o que era lindo, eu tri-brácica...). Ainda assim, todos dormiram desde cedo a noite toda e todos comem bem.
O mais velho foi o mais calmo, o segundo tem mais mau feitio mas é mais amoroso, vai ser um sacana com as gajas, lol. o terceiro tem as tais crises, reclama muita atenção mas é uma simpatia, nenhum sorria assim para nós e para o mundo em geral, um doce. Espero que seja porque se sente feliz com os manos de volta dele. Olha, já o passei para o quarto deles, 2 camas de solteiro e uma cama de grades e, à noite, 3 doces a dormir serenamente e eu deito-me sempre de coração cheio.

Melissa disse...

Lindo, Gralha!

Ana C. disse...

Adorei este texto e adoro saber que não sou um bicho raro em tudo aquilo que sinto e vivo.